Livro Aberto

“Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens” (2Co 3:2).

Por Ellen G. White

De modo especial, aqueles que são abençoados com uma conexão com Deus devem seguir, pela aplicação de Sua Santa Palavra, o grande Modelo, fazendo o bem e, assim, exemplificar a vida de Cristo em sua conversação diária, em caráter virtuoso e puro. Ao serem corteses e bondosos, adornam Sua doutrina e mostram que a verdade de origem celeste embeleza o caráter e enobrece a vida. […] Suas palavras diárias e ações nobres recomendam a verdade aos que têm sido alvo de preconceito de professos professores que têm aparência bondosa, mas testificam que nada sabem de seu poder santificador.

Exemplo Perfeito

Nenhum homem, mulher ou jovem pode alcançar a perfeição cristã e negligenciar o estudo da Palavra de Deus. Ao estudarmos Sua Palavra diligente e minuciosamente, obedeceremos à ordem de Cristo: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5:39). Esse estudo capacita o estudante a observar de perto o divino Modelo. […] E o Modelo deve ser analisado com freqüência e detalhadamente, de modo que seja imitado. Quando alguém se familiariza com a história do Redentor, vê seus próprios defeitos de caráter. A diferença entre ele e Cristo é tão grande que acha difícil ser Seu seguidor sem que ocorra grande mudança em sua vida. Ainda assim, estuda com o desejo de ser como seu grande Exemplo; compreende o olhar, o espírito do seu amado Mestre; pela contemplação é transformado. […] Não é olhando para longe e perdendo a visão dEle que imitamos a vida de Jesus, mas habitando com Ele, falando com Ele e procurando refinar o gosto e elevar o caráter; procurando aproximar-nos dEle com perseverante e honesto esforço, pela fé e pelo amor ao perfeito Modelo. A atenção fixada em Sua imagem […] torna-se relíquia no coração, como “o chefe entre dez mil e aquele que é totalmente amorável”. Mesmo inconscientemente, imitamos aquilo que nos é familiar. Ao conhecermos Cristo, Suas palavras, hábitos e instruções, e ao tomar emprestadas Suas virtudes de caráter que tão de perto estudamos, nós somos imbuídos do Espírito do Mestre que tanto admiramos.

A Palavra de Deus, falada ao coração, possui poder animador

Fé Resoluta

Após a ressurreição, dois discípulos que viajavam para Emaús falavam do desapontamento causado pela morte do querido Mestre. O próprio Cristo aproximou-Se, sem que fosse reconhecido pelos pesarosos discípulos. Sua fé havia morrido com o Senhor, e seus olhos, cegos pela incredulidade, não discerniram o Salvador ressurreto. Jesus, caminhando ao seu lado, desejava revelar-Se a eles, mas escolheu não fazê-lo abruptamente. Ele os abordou como mero companheiro de viagem e perguntou, enquanto se comunicavam, por que estavam tão tristes. Eles foram surpreendidos com a pergunta e interrogaram se Ele era estranho em Jerusalém e não ouvira sobre um poderoso profeta em palavras e em atos que tinha sido tomado por mãos ímpias e crucificado. Já haviam transcorrido três dias e notícias estranhas de que Jesus havia ressuscitado chegaram aos seus ouvidos fora visto por Maria e alguns dos discípulos. Jesus lhes disse: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na Sua glória?” (Lc 24:25, 26). E começando com Moisés e os profetas, Ele abriu a eles as Escrituras acerca de Si mesmo.

Quando chegaram a Emaús, Jesus fez como se fosse seguir mais adiante, mas os discípulos O constrangeram a permanecer com eles, pois o dia havia acabado e já era noite. A refeição da noite foi rapidamente preparada e, enquanto Jesus dava graças, os discípulos observavam uns aos outros com olhar perplexo. Suas palavras, modos e Suas mãos feridas revelaram quem era Ele e os discípulos exclamaram: “Meu Senhor e meu Deus.” Se os discípulos tivessem sido indiferentes para com seu Companheiro de viagem, teriam perdido a preciosa oportunidade de reconhecer o companheiro que tinha arrazoado tão habilmente as Escrituras em relação à Sua vida, sofrimento, morte e ressurreição. Ele os reprovou por não estarem familiarizados com as Escrituras referentes a Ele. Se estivessem familiarizados com as Escrituras, sua fé teria sido sustentada, sua esperança inabalada, pois as profecias indicavam claramente que tipo de tratamento receberia daqueles a quem tinha vindo salvar. Os discípulos estavam assustados por não terem sido capazes de reconhecer Jesus imediatamente, tão logo lhes falou pelo caminho e porque haviam falhado em trazer para o seu consolo o texto relembrado por Jesus. Eles perderam de vista as preciosas promessas, mas quando as palavras ditas pelos profetas foram trazidas à mente deles, a fé reviveu e, depois de Cristo ter-Se revelado, exclamaram: “Porventura, não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” [Lc 24:32].

Avivando a Chama

A Palavra de Deus, falada ao coração, possui poder animador, e aqueles que procuram uma desculpa para negligenciar sua familiarização com ela, ignorarão as reivindicações de Deus em muitos aspectos. O caráter será deformado, as palavras e atos, uma vergonha para a verdade. O apóstolo nos diz: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3:16, 17).

Se os cristãos examinassem honestamente as Escrituras, mais corações arderiam com as vivas verdades ali reveladas. Suas esperanças brilhariam com as preciosas promessas, refletindo como pérolas em todo o escrito sagrado. Ao contemplarmos a história dos patriarcas, profetas, homens que amaram, temeram a Deus e andaram com Ele, corações brilharão com o Espírito que anima tal mérito. Enquanto mentes se demoram nas virtudes e piedade dos santos homens do passado, o Espírito que os inspirou acenderá a chama do amor e santo fervor no coração dos que gostariam de ter um caráter como o deles.

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Este artigo foi extraído de um dos primeiros a serem publicados na Advent Review and Sabbath Herald, de 28 de novembro de 1878. Os adventistas do sétimo dia crêem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

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“SOLO CHRISTO”, “SOLA GRATIA”, “SOLA FIDE”, “SOLA SCRIPTURA” (salvação somente em Cristo, somente devido à graça de Deus, somente pela instrumentalidade da fé, somente com base na Escritura)
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